Sinopse: Vivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes
manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é
assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial
dá os primeiros passos. Porém, na pequena aldeia onde decorre a ação deste
romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga
do míldio e a vindima; e na taberna -
espécie de divã freudiano
do lugar - é disso que falam, até porque os
jornais que ali chegam são apenas os que embrulham as bogas do Júlio Peixeiro.
E, mesmo assim, passam-se por ali coisas muito estranhas: uma
velha prostituta é estrangulada, o suposto assassino some-se dentro de um penedo,
a rapariga casta que coleciona santinhos sofre uma inesperada metamorfose, e a
parteira, que também é bruxa, sonha com o ditador a cair da cadeira e vê
crescer-lhe, qual hematoma, um enorme cravo
vermelho dentro da cabeça. Quando aparece o primeiro televisor, as gentes
assistem a transformações que nem sempre conseguem interpretar…
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