Sinopse:
No princípio tinha corpo e nome de homem. Depois partiu da aldeia, foi-se
embora. Quando voltou era uma mulher, com um nome estranho e um passado de
estrela dos palcos. Mas talvez fosse mentira. Por algum tempo foi atração de
uma boîte de beira de estrada. Até à noite do incêndio, quando lhe deram o nome
de Castiça, e se tornou a tola da aldeia. No primeiro sábado da Quaresma,
Castiça aparece morta no fundo de uma pedreira abandonada. Traz vestida ainda a
roupa que usara durante o corso e o baile de carnaval. Castiça era a doida da
aldeia, cantava nas esquinas, bebia muito, e dizia asneiras alto. Mas não foi
sempre assim, nem teve sempre esse nome. Justiniano Alfarro é preso no próprio
dia em que o corpo é descoberto, porque tudo indica, com uma clareza sem margem
para dúvidas, que foi ele quem a matou. Seria tudo um logro, um embuste, porque
Justiniano era o mais perfeito dos homens. Mas nenhuma voz se levantou quando o
levaram, e todos aceitaram a notícia num silêncio cúmplice. Todos, menos as mulheres
que o amaram. Antuérpia, sua filha, é uma dessas mulheres. Convencida de que
enfrenta um conluio, prepara-se para repor a verdade procurando-a no passado do
pai. Mas engana-se, porque a origem de tudo está no futuro da aldeia.
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